geografias

12 de novembro de 2008

VI Colóquio de Geografia de Coimbra - Sociedade de Informação Geográfica

Caros colegas,

O Centro e o Instituto de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra vão realizar nos próximos dias 12 e 13 de Dezembro, no Auditório da Reitoria, o VI Colóquio de Geografia de Coimbra, desta vez subordinado ao tema “Sociedade de Informação Geográfica”.
Como terminam no próximo dia 23 de Novembro as inscrições sem penalização de custo de inscrição, convidamos os geógrafos, geólogos, sociólogos, engenheiros e demais investigadores com interesse nos estudos sobre o território e sua representação, a participarem neste evento.
Mais informação está disponível em:
www.uc.pt/ieg
Cordiais cumprimentos do

Lúcio Cunha
(Director do Instituto de Estudos Geográficos)

6 de novembro de 2008

A Melancolia do Geógrafo

No final do mês de Setembro deste ano, Paula Moura Pinheiro convidou para o “Câmara Clara” (magazine cultural que passa aos domingos à noite na RTP2) Isabel Alçada e Francisco José Viegas, com o propósito de discutirem as valências do Plano Nacional de Leitura (PNL).
Ao longo da conversa foi notória a visão convergente de que é importante estimular esta prática em qualquer idade, contudo os ânimos exaltaram-se quando foi abordada a questão dos livros que o PNL deveria estipular como obrigatórios em cada faixa etária do público-alvo. Isabel Alçada, na posição de Comissária deste projecto, advogou a liberdade de escolha de títulos, enquanto Francisco José Viegas defendeu que seria vantajoso a determinação de um cânone que pudesse conduzir os jovens à leitura de clássicos de base da literatura nacional e internacional. E quando parecia que a discussão iria gerar um conflito pouco desejável, eis que os ânimos serenaram ao referirem, quase ao mesmo tempo, uma obra que (seja ou não “alvo” dos cânones) é sem dúvida uma boa sugestão de leitura: A Melancolia do Geógrafo, de Brigitte Paulino-Neto (Edições Asa).
Confesso que desconfiei, pensando que se tratava de um título bom demais para ser verdade, ao supor que o conteúdo aboliria de forma definitiva todo o sentido geográfico (sempre) presente na literatura. Mas nada melhor do que ler para crer. Consegui adquirir o livro com alguma dificuldade (está esgotado na própria editora) e, com pouca fé, incluí-o nos itens de leitura a curto prazo. Na verdade, e apesar de apenas ter lido metade, posso dizer que me surpreendeu pela positiva. Trata-se de uma história triangular, onde um dos vértices é um geógrafo que tenta desvendar o enigma da relação estabelecida entre os outros dois vértices, assumidos como pessoas de facto, mas que também poderão ser o mar e a terra, a geografia física e humana de um país, explicada através de um actor cuja visão geográfica é determinante para desvendar os factos da narração. O livro aborda ainda o tema da identidade portuguesa numa época em que muitos se viram coagidos a deixar o país, numa relação de amor-ódio com a pátria-mãe, e que marcaria definitivamente uma geração dilacerada pela guerra colonial e pelo isolamento face ao mundo. Anseio pelo desfecho da história. Espero que no final a “melancolia do geógrafo” transmita mais do que a própria etimologia da palavra, transpondo a barreira da mera acepção de dolência, e revele acima de tudo um pouco mais do que melancolia, talvez antes esperança e ousadia, qualidades que também fazem parte desta ciência.

Fátima Velez de Castro

(Imagem: O Geógrafo, de Johannes Vermeer, 1668-69)
 
eXTReMe Tracker

Rate me on Eatonweb Portal Blog Directory
bad enh so so good excellent