A tragédia (anunciada) da Madeira
A tragédia e o sofrimento humanos em grande escala despertam sempre sentimentos de espanto e choque. Mais se os afectados nos são próximos. Os acontecimentos recentes na ilha da Madeira não deixaram ninguém indiferente, multiplicando-se as acções de solidariedade e ajuda financeira. Os políticos entraram numa roda viva com deslocações ao terreno para "verem de perto" a devastação provocada pelas enxurradas.
Todas estas manifestações são justas e veneráveis mas, mas para além dos dramas associados à perda de vidas humanas e aos elevados prejuízos materiais, houve duas coisas que, pessoalmente, me chocaram bastante: por um lado, a cultura de total irresponsabilidade dos poderes dirigentes (tanto do governo regional como dos municípios) face ao (des)ordenamento do território; por outro, o estado resignado, apático e supersticioso do cidadão comum madeirense que, em vez de pedir responsabilidades às pessoas que supostamente deveriam zelar pela sua protecção com medidas adequadas de gestão do território, se limitam a depositar a sua sorte nas mão do Divino.
Esta situação é particularmente mais grave porque não foi a primeira vez que aconteceu (e provavelmente, não será a última), nem sequer era algo que não estivesse reconhecido e sobre o qual não tivessem sido feitas recomendações por parte de académicos e ONGs. Apetece mesmo perguntar: o que foi feito dos milhões de euros transferidos das contas nacionais para o arquipélago?
A este propósito convém recordar um programa que em 2008 passou na RTP onde, de forma premonitória, se descrevem os principais riscos e vulnerabilidade do território madeirense. Portanto, não digam que não tinham sido avisados.....
Rui Ferreira
(outros posts sobre este tema em Geofilias)
Todas estas manifestações são justas e veneráveis mas, mas para além dos dramas associados à perda de vidas humanas e aos elevados prejuízos materiais, houve duas coisas que, pessoalmente, me chocaram bastante: por um lado, a cultura de total irresponsabilidade dos poderes dirigentes (tanto do governo regional como dos municípios) face ao (des)ordenamento do território; por outro, o estado resignado, apático e supersticioso do cidadão comum madeirense que, em vez de pedir responsabilidades às pessoas que supostamente deveriam zelar pela sua protecção com medidas adequadas de gestão do território, se limitam a depositar a sua sorte nas mão do Divino.
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2 Comments:
At 9 de março de 2010 às 06:51, Anónimo said…
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At 12 de março de 2010 às 14:44, Anónimo said…
Já alguma vez foi à Ilha da Madeira?
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