geografias

27 de maio de 2008

Pelo menos a Paz

Há poucos dias li na imprensa virtual um artigo que dava a conhecer o ranking do Índice da Paz para 2008 (coordenado pelo organismo Vision of Humanity) onde, a partir de um conjunto de 140 países de todo o mundo, se estabelecia uma hierarquia pelo nível de pacificação e segurança com que viviam as suas populações. (1)
Nos três primeiros lugares estão países da Europa do Norte como a Islândia (1.176), a Dinamarca (1.333) e a Noruega (1.343), enquanto no final da lista se encontram as nações cuja instabilidade política e social leva a permanentes conflitos armados, como é o caso do Afeganistão (3.126) ou do Iraque (3.514). Portugal está serenamente em 7º lugar (1.412), à frente da esmagadora maioria dos países da União Europeia, revelando bons desempenhos sobretudo ao nível da relação entre autóctones e estrangeiros, liberdade de imprensa, relação com o país vizinho, criminalidade violenta, instabilidade política, entre outros. (2)
Achei muito interessante alguns comentários que vinham no seguimento dessa notícia, que em vez de darem conta da satisfação de, pelo menos neste sector, apresentarmos um desempenho francamente melhor do que muitos países mais desenvolvidos, divagavam noutras direcções. De uma forma geral os “comentadores” achavam que o facto de fazermos parte dos 10 países mais seguros do mundo se devia aos “brandos costumes nacionais” e à “pasmaceira portuguesa” que nos impediam de tomar acções mais drásticas relativamente a assuntos em desagrado. Ao certo não sei o que estes “comentadores” queriam dizer. Será que na opinião deles uma buzinadela no trânsito se devia resolver à catanada? Ou então veriam licitude em fazer tiro ao alvo quando o cão do vizinho ladra a horas impróprias? Ou ainda seria justificável linchar o guarda-redes porque deixou entrar a bola e foi golo?
Penso que seria mais útil, em vez de pensamentos ufanos e bazófias, reflectir no facto de que muitos daqueles que procuram Portugal, seja para viver, trabalhar ou passar férias, escolhem o país, entre outros factores, pelo grau de segurança que oferece a autóctones e alóctones. E no caso do turismo, sector tão influenciado por este factor, pode-se dizer que Portugal disponibiliza (ainda) aos visitantes paz suficiente para gozar férias e tempos de lazer, o que vai deixando de acontecer nos principais destinos turísticos mundiais.
Para os comentadores mais pessimistas, guardem a depreciação para outros indicadores em que o nosso país precisa urgentemente de melhorar. E não critiquem tudo e todos à toa, porque por aqui também há coisas boas, nem que não seja a paz.

Fátima Velez de Castro


(1) http://www.visionofhumanity.org/gpi/home.php
(2) http://www.visionofhumanity.org/gpi/results/portugal/2008
(sites acedidos em 27/05/2008)
 
eXTReMe Tracker

Rate me on Eatonweb Portal Blog Directory
bad enh so so good excellent