geografias

11 de setembro de 2009

Um poema à Geografia

Caros colegas e demais entusiastas pela Geografia,


Porque a Geografia pode ser lida e sentida e diferentes modos, permitam-me que partilhe convosco um poema que acabo de ler e que demonstra uma enorme sensibilidade geográfica.

Cumprimentos

Lúcio Cunha

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Rio revela ao mundo

Rio revela ao mundo
O que ele deve ver
Retira esta encruzilhada sem fim,
Deste mundo imenso.

Rio conta ao mundo
O que sentes ao percorrer o leito da vida,
Ao atravessares terras diferentes
Ao testemunhares diversas realidades.

Rio demonstra ao mundo
O que ele sente,
O que ele quer realizar,
O que ele pretende alcançar.

Rio canta ao mundo
Percorrendo desde a montanha mais longínqua
Até outro rio, outro mar, o teu fim noutra paragem.
Corre pelos campos e não pares.

Rio grita ao mundo
As irregularidades do teu caudal
Mas não tão irregular como as guerras e as tormentas
Que se desenrolam cada dia que passa.

Rio diz ao mundo
A variação do teu regime
Tal como a amizade
Que escasseia.

Rio escreve ao mundo
Nos teus meandros
Como tão sinuosa é a vida
Como se descreve o destino.

Rio fala ao mundo
Em cada terra que passes
Deixa uma boa recordação
Para que todos sintam o teu bom coração.

Rio traz ao mundo
Por todos os climas que passes
Sol sobre as lágrimas
Chuva e vento sobre as batalhas e sobre a falta de diálogo.

Rio oferece ao mundo
Em todos os recantos que atravesses
Onde quer que estejas
Esperança e Amor.

Rio descreve ao mundo
As barbaridades
As traições
Para que não caia nelas.

Rio explica ao mundo
Que existem outros
E não apenas ele
Que todos os outros esperam por ele.

Rio indica ao mundo
O seu rumo
Que continua em caminho vago.
Dá-lhe o mapa da vida!

Rio sussurra ao mundo
O que existe de belo
Mostra-lhe as tuas margens
Lança um pouco de água fria a quem não está suficientemente acordado.

Rio transmite ao mundo
Os perigos das tuas águas
A força do teu carácter
Altera esta forma de pensar.

Rio comunica ao mundo
Todos os seus erros
Todas as suas fragilidades,
Aquilo que ele não ouve.

Rio dá ao mundo
Uma outra direcção
Não importa o quadrante
Interessa que seja sempre em frente!

Rio explicita ao mundo
Do que ele é capaz
Daquilo que ele sabe
Daquilo que ele pode conquistar.

Rio desagua ao mundo
Quando vires que modificou,
Quando perceberes que aprendeu,
Quando verificares que floriu
Que um novo caminho irá seguir.

C. Mateus
 
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