geografias

13 de março de 2007

Geógrafas de Coimbra no Nepal




Depois de voltar à normalidade, após alguns dias de constrangimentos provocados pelo fuso horário, começo a colocar por ordem as fotografias que tirei na minha última grande viagem. Foram feitas num encontro de geógrafos (e não só) em Kathmandu, no Nepal, entre os dias 24 de Fevereiro e 1 de Março deste ano, mais precisamente na Conference on Public Policy and Local Development, no âmbito da IGU Commission on Geography and Public Policies. A reunião contou com a presença de investigadores de diversos países como o Nepal, Índia, Bangladesh, Japão, Eslováquia, Suíça ou Portugal (neste caso da Universidade de Coimbra, estando presentes a doutora Fernanda Cravidão e eu). Foi uma conferência bastante concorrida e interessante onde a pertinência do tema tratado, a apresentação dos trabalhos, o convívio com colegas estrangeiros, a troca de ideias, o confronto de opiniões fez com que todos tenhamos ficado enriquecidos do ponto de vista profissional e pessoal.
Por outro lado a viagem tornou-se uma experiência única porque acabei por conhecer Kathmandu, o lugar, cada lugar, pela mão da geografia, pelo olhar experiente e douto da doutora Fernanda, já habituada a estes destinos. A viagem fez-me pensar que é bom sair do gabinete, pensar e constatar que a geografia é uma ciência viva e dinâmica, que os conceitos de pobreza ou riqueza, de qualidade de vida, de estrutura familiar, de desenvolvimento ou subdesenvolvimento (entre outros) são complexos e demarcados por contextos territoriais tão desiguais como diversificados.
Ficam aqui algumas fotografias de Kathmandu para que se entusiasmem e coloquem este lugar na vossa lista de locais a visitar!




Fátima Velez de Castro

3 Comments:

  • At 13 de março de 2007 às 20:55, Blogger Departamento de Geografia - Universidade de Coimbra said…

    Parabéns à Fátima por este “post”. Geografia é uma ciência que se faz também com um toque de novidade, aventura e descoberta. Descoberta, por exemplo, das pequenas coisas que fazem a diferença num Mundo cada vez mais pequeno, globalizado e homogeneizado. Por isso, entendo ser muito importante mostrar à comunidade, e particularmente aos nossos alunos, estas imagens do Nepal.

    O Nepal é, de facto, diferente! E Kathmandu, também.
    De referência idílica para o movimento hippie dos anos 60, a porta dos Himalaias para montanhistas e escaladores de todo o Mundo que, neste início do século XXI, tentam ir mais além, mais longe ou mais alto, na busca de sonhos de Pumori, Shishapangma, Annapurna ou Everest, o Nepal é palco de todas as contradições. Encravado entre as duas maiores potências da Região, a Índia e a China, com um regime político pouco aberto e uma guerra de guerrilha acesa, o Nepal, as suas populações e as suas paisagens parecem parados e perdidos no tempo. No entanto, a sua própria posição, as características físicas, o valor ambiental do território, assim como a especificidade cultural das populações são importantes mais-valias para um desenvolvimento turístico massificado, capaz de abrir o país ao Mundo, revitalizar a economia e transformar a sociedade.

    Mas o que é o Nepal de hoje? O que é o Mundo de hoje? Como os conhecemos? Que Geografia aprendemos e ensinamos?
    Quando me iniciei como geógrafo, aprendi com um Mestre (e amigo), mais preocupado com as questões da epistemologia (o António Gama), que só vemos o que sabemos ver e que só descobrimos o que antes estudámos. Na sociedade e na natureza, na Geografia Humana e na Geografia Física. As nossas Geografias são reflexos dos nossos olhares e estes dos nossos saberes.
    Por isso, gostaria de partilhar, com as nossas colegas que estiveram no Nepal, e com toda a comunidade de geógrafos agregada neste blog, um pequeno texto de Nuno Júdice, em jeito de poema, que me foi oferecido pelos alunos de uma Escola Secundária.



    Imagem do Mundo

    Vejo o Mundo! E ao ver as coisas do Mundo, com a sua realidade própria,
    vejo também a diversidade que existe em cada coisa,
    distinguindo-a, múltipla ou plural, como se diz.
    No entanto, o que eu vejo é sempre igual ao que eu penso que o Mundo é;
    e tudo se torna semelhante, dentro deste Mundo que é o meu,
    e é sempre diferente do Mundo que existe no pensamento dos outros.
    É por isso que não penso nas coisas do Mundo como se fossem minhas;
    e que o deixo para os outros, para que eles façam o Mundo como quiserem,
    para que seja diferente do meu, quando o olho,
    e o que veja me restitua o Mundo como eu o quero,
    diferente do Mundo que os outros pensam.

    Nuno Júdice

    ___________
    Lúcio Cunha

     
  • At 20 de março de 2007 às 13:48, Anonymous Anónimo said…

    Fátima, muito gostaria, aqui há uns anos, de ter tido a oportunidade que tu tiveste de conhecer "in loco" a realidade desse mundo que nós por aqui, quase ao nível do mar,consideramos meio mágico! Mundo esse que então só conheciamos pelos relatos dos outros e pelos manuais de Climatologia ou Geomorfologia! Agora que deixei os meus alunos e o tempo quase me sobra dou por mim no Google Earth ou nos jornais dessas longínquas paragens a espiar esses mundos que fascinam, sobre tudo quem fez da sua profissão o ensino da Geografia!Fico pois contente que a minha brilhante aluna tenha tido oportunidade de, entre outras inesquecíveis experiências,estou certa,ter podido respirar o ar rarefeito de semelhantes altitudes!!

     
  • At 1 de novembro de 2007 às 22:30, Blogger MoonSat said…

    Mas que bem. Para viajar e sentir essa sensações não é necessário ser-se geógrafo. Muito menos, para desfrutar sensações e estados de alma como os que terão vivido, Para isso basta vontade e poder para viajar. O resto é conversa barata, tipica do deslumbre de quem sái para um lugar desconhecido e exótico. Nao me parece que isso seja geografia, nem vejo validade para o seu avanço enquanto ciência nessa Escola de Coimbra decrépita e insensível ao mercado competitivo e exigente com que o geógrafo (o eterno e angustiante especialista em nada)se debate.
    Essa "geografia" cheira a mofo e de nada vale aos jovens que Dela pretendem fazer o seu ganha-pão.
    Mundo cada vez mais pequeno e globalizado...blah, blah, blah. Mostrar fotos do Nepal tiradas com a minha máquina XPTO, in-loco... acho que sim, grande contributo para a Geografia e para aquele que é o fim máximo do bom ordenamento do território, a criação de emprego e competências. PEACE

     

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